terça-feira, 23 de agosto de 2011

MEU POVO: André Eira

Nascido André Luis Pereira quase seria André Pera. Salvei meu irmão na hora: Que isso Vavá? Eud: ele precisa de um pseudônimo para assinar seus sonhos. Mas péra! Pera cumpadi? Eira então. E ficou. Ele nem gostou muito na época, acostumou. Conheci porque namorou minha irmã quando ainda era seu aluno. Depois foi morar lá em casa. Ficávamos acordados esperando o Pixies tocar na Fluminense FM e demorava. Viramos irmãos não sem antes odiar seu aprendizado téum téum téum no violão. Mas gostava de DeFalla e eu também. Gostava de Lô Borges e eu também. Achava meio doido e ele me achava também. Fez Educação Artística na UERJ e eu também. Não terminei. Ele sim. Namorei uma menina e ele também. Na mesma época, porra sacanagem. Fizemos consórcio para comprar LP e ele ficou com a maioria dos meus. André para todos é irmão e para mim principalmente. Sua casa em Morreba era o esconderijo perfeito para filosofia boemia alegria energia e outras ias que iam e não voltavam. Depois mudou para Cerâmica onde recebe amigos e exibe seu Jackson Pollock feito a 4 mãos com Paola que virou Paoleira. Meus irmãos. Estou sempre por lá quando vou ao Rio. Respirar. Pirar. Gargalhar. André é músico, mas nem toca mais. Tem coleção de vinil gigante, mas nem ouve mais. Baixa tudo e baixa mais. Shows que me apresenta e presenteia. Arcade Fire, Pixies, Radiohead. Tivemos uma banda juntos. Eu ele e Alexandre Cavalão. Levianas. Era banda de malucos que nunca tocou. Eu e ele gravamos umas músicas do Fellini, Picassos Falsos, e nunca mais soube onde foram parar aquelas fitas. Eu nos teclados ele no violão e os cachorros latindo. É poeta, mas nem se acha. Aposentou-se de tantas coisas para saber de que coisa era feito. Ainda não descobriu. Mi Casa Su Casa. É assim para quem quer chegar por lá. Diz que não ama, é vaselina. Mentira. Ama mais que muitos que repetem isso a torto e a direito por aí. Não tem um que não goste dele. Deve ser vaselina mesmo. Sabe de tudo um pouco. Mas ouve todos que é uma beleza. Mas quando não concorda vira a noite em cima de um mesmo assunto até achar que já deu. Seu dedo antes em riste, recolhe-se e diz: valeu. Amo de coração este surfista prateado e sinto muita falta dele aqui perto de mim. Por que como diz ele: “Tá comigo tá com Deus”.

3 comentários:

paola disse...

hahahahaah!!!!
Muito bom!!!
Te amuuuuuu!!!

Jr júnior disse...

perfeito !!!

Arte e Cultura Popular disse...

Caramba é muito difi´cil não ler o Zaray e não se emocionar o velho ebom eira é isso tudo e muito mais... (lágrimas)O sorriso dele é sacanagem,eu sou apaixonado por ele e por sua musicalidade e essa falta e presença de compromisso em tocar adoro cantar com ele, onde o Cezar morava na avenida ou no condomínio ele e eu ensaiávamos de se esgoelar quando achávamos que ninguém tava gostando... Só eu e ele é claro, eu amava! Tinha um vizinho que colocava sua cadeirinha e ficava nos ouvindo e quando parávamos o coroinha perguntava por que parou parou porque e depois migrei com ele onde ele esteve só não estou tão grudado nele porque sou assim muto de mim enche o saco eu me conheço é bom eu aparecer só de vez em quando Te amo Eira Te amo Cezar, muito obrigado por vc's deixarem eu fazer parte de suas vidas!!! (balde de lágrimas)