- Olinda!, Olinda!, “A/corda”, abra “A porta” chegue até a cozinha e venha ver “As Virgens” só de “Ceroula”, preparando o “Bacalhau do Batata” e o “Galo da Madrugada” em quantidade suficiente para alimentar de alegria e contentamento todos os foliões dos estados no nordeste, assim como os turistas esfomeados de iguarias momescas e carnavalescas, vindos de outras regiões do país e até do exterior.
Era desta forma que se manifestava aquele enlouquecido e entusiasmado folião importado, vestido com roupas coloridas e de máquina fotográfica em punho, que parecia agir sob o efeito da pimenta e do azeite de dendê que havia ingerido dentro do pãozinho com manteiga de garrafa, de modo desbragado, desde o café da manhã do dia anterior, quando chegou para participar da festança, que começara fazia tempo, mas que não tinha dia e nem hora pra acabar. O endiabrado, hiperativado e aperitivado carnavalesco se mantinha sempre “a mil”, o que ele considerava ser a temperatura ambiente durante o evento. Porém, quando o calor interior aumentava e atingia a faixa dos mil e quinhentos graus, à sombra, ele se refrigerava mergulhando de cabeça no rio Capibaribe. Com esse ato de bravura fazia com que os peixes que estivessem próximos de onde ele se refrescava viessem à tona pra respirar. Subiam já cozidos ao ponto, diretos da fonte e prontos para serem ingeridos pelo incendiado folião turista, que gostou tanto da farra e do clima, que prometeu voltar todos os anos pra ajudar a fazer com que as chamas se conservassem sempre acesas.
Gelson Maciel Amaral
30/04/2011
Seu Gelson é escritor e está com cinco livros prontos a espera de um editor. É membro fixo dos EnContos em Nova Iguaçu.
Um comentário:
Bacana uma lembrança maravilhosa dos brincantes de Recife que é um incendio puro.
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