Triste. Estava muito, muito triste. Como a voz de Nelson Cavaquinho. Arrasado. A pergunta é: “O que eu estava fazendo ali? Em pleno Reveillon de Copacabana?”. Não lembro como fui parar ali. O fato é que estava lá. Triste como um pierrô na quarta-feira de cinzas.
Estava em plena Avenida Atlântica cercado de gente feliz por todos os lados. Seus risos, suas gargalhadas, seus abraços efusivos, a felicidade maquiada em cada face, a música alta, o cheiro de bebida, fogos... tudo ali me angustiava imensamente. O mar de gente ia e vinha e eu não tinha para onde ir. Não conhecia ninguém. Não reconhecia em ninguém, ali, tristeza como a minha. Não! Não naquele momento de esperanças renovadas, de agradecimentos e confraternizações. Não! Eu estava sozinho. Sozinho e perdido como um náufrago. Procurando terra firme, ao sabor das ondas. Ondas, de gente, que não paravam de chegar. Só queria que todos desaparecessem, se calassem... mas na verdade era eu quem não deveria estar ali. Eu destoava do cenário. Como uma ilha em alto mar. Sozinha. Cercada de água por todos os lados. Precisava procurar abrigo. Fui para areia (ela entrou em minhas sandálias, arranhando meus pés) mas não encontrei refúgio ali. Continuava afogado naquele mar de pessoas. Um oceano branco. Tambores rufando. Velas. Mas não eram velas de um veleiro que pudesse me levar dali. O pedido de socorro na garrafa. Garrafa de vinho, vinho barato que bebi de uma só vez. Náusea. Vômito.
Meia-Noite. O mundo explode em cores, luzes, barulho e pólvora. Todos se agarram sem cerimônia. Ou a ceriônia seria o agarrar? Estou só. Vou para a água. Entre flores e Iemanjás nado. Nado, nado, compulsivamente nado. Passo por barcos, balsas, transatlânticos, nado, nado, nado para o mais distante possível de toda aquela festa da qual eu não pertenço. Sou da solidão. Nado, nado e a festa vai ficando para trás como Las Vegas vista do espaço. Nado, nado mais ainda. Tudo some. Estou na escuridão. No silêncio da madrugada. Em alto-mar. Longe de tudo e de todos. Estou em casa.
Estava em plena Avenida Atlântica cercado de gente feliz por todos os lados. Seus risos, suas gargalhadas, seus abraços efusivos, a felicidade maquiada em cada face, a música alta, o cheiro de bebida, fogos... tudo ali me angustiava imensamente. O mar de gente ia e vinha e eu não tinha para onde ir. Não conhecia ninguém. Não reconhecia em ninguém, ali, tristeza como a minha. Não! Não naquele momento de esperanças renovadas, de agradecimentos e confraternizações. Não! Eu estava sozinho. Sozinho e perdido como um náufrago. Procurando terra firme, ao sabor das ondas. Ondas, de gente, que não paravam de chegar. Só queria que todos desaparecessem, se calassem... mas na verdade era eu quem não deveria estar ali. Eu destoava do cenário. Como uma ilha em alto mar. Sozinha. Cercada de água por todos os lados. Precisava procurar abrigo. Fui para areia (ela entrou em minhas sandálias, arranhando meus pés) mas não encontrei refúgio ali. Continuava afogado naquele mar de pessoas. Um oceano branco. Tambores rufando. Velas. Mas não eram velas de um veleiro que pudesse me levar dali. O pedido de socorro na garrafa. Garrafa de vinho, vinho barato que bebi de uma só vez. Náusea. Vômito.
Meia-Noite. O mundo explode em cores, luzes, barulho e pólvora. Todos se agarram sem cerimônia. Ou a ceriônia seria o agarrar? Estou só. Vou para a água. Entre flores e Iemanjás nado. Nado, nado, compulsivamente nado. Passo por barcos, balsas, transatlânticos, nado, nado, nado para o mais distante possível de toda aquela festa da qual eu não pertenço. Sou da solidão. Nado, nado e a festa vai ficando para trás como Las Vegas vista do espaço. Nado, nado mais ainda. Tudo some. Estou na escuridão. No silêncio da madrugada. Em alto-mar. Longe de tudo e de todos. Estou em casa.
Um comentário:
Sempre tenho a sensação de que mergulho no cenário quando leio este conto.
Adoro!
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