domingo, 19 de junho de 2011

10 Perguntas para: DJ 440

Conheci o DJ 440 lendo na Veja Recife que rolava em Olinda o “Terça do Vinil” e fui conferir. Lá – eu, chato para carai – fiquei incomodando o DJ para que ele colocasse a música que eu queria, mas o artista de personalidade não sede, nem quando o que se pede é bom. E por isso gostei dele.

Depois fiquei sabendo do projeto Vinil e Outras Cozinhas no Bar Burburinho e comecei a bater cartão por lá. Virei amigo e fã de 440. Sua gentileza me permitiu colocar uns sons na noite, mas segundo ele, eu sou um DJ “Pata de Elefante”, pela violência com que tratava suas agulhas e seus raros vinis, tão bem cuidados.

Ele é uma das figuras mais dinâmicas hoje em Pernambuco. Atento ao que rola de novo, cuidadoso com o que parece velho, mas que é o que há de mais moderno. Simpático e disponível, sem estrelismo, como um artista que sabe de sua importância para a música nacional.

Certa vez, no Rio, fui numa daquelas antigas lojas da Sete de Setembro e comprei uns cinco discos raros para presenteá-lo. Só um do Martinho da Vila ele não tinha. Mas ainda assim ele está com uns 20 discos meus. Quer devolver, mas quase não deixo.

Terça-feira (14.06) levei meu bróda André Luz para conhecê-lo. Foi festa. Ainda comprei 5 molduras para vinis, feitas por ele, que coloquei hoje em minha sala já querendo mais 15.

Escolhi com cuidado o camarada que iria estreiar esta nova coluna do Zarayland. Com vocês DJ 440:

DJ 440, por que 440?
Uns pensam que é o número da minha casa..., mas sonhei com esse número quando criança... mais ou menos 9 anos de idade. É uma coisa boa, mas no sonho, diziam para eu nunca dizer do que se trata...

O que mais te influenciou como DJ e Produtor?
Amor a música. Sem amor a gente não escolheria uma pá de carreiras dessas da vida. Viver como DJ no Brasil não é fácil, ainda mais nadando contra a maré, como é o meu trabalho.

Qual o vinil que você mais procura e que se alguém - por acaso - tiver em casa perdido ou esquecido e quiser presenteá-lo você adoraria?
Cara, eu procuro há anos o LP do pernambucano DI MELO, e o LP do NORIEL VILELA. Dificílimos de achar. Mas os dois do Tim Maia Racional, já ficaria feliz.

Qual foi a importância do Movimento Manguebeat para você?
O movimento Manguebeat fez o mundo olhar com mais força pra Pernambuco no âmbito musical. Depois dele as pessoas perceberam que aqui não tem só praia e tapioca. E sim, muitos músicos de talento e uma riqueza cultural única.

Que novos artistas você indica para que os leitores do Zarayland saiam a caça?
Tenho ouvido muito o som do Burro Morto, banda de João Pessoa e o disco novo da banda pernambucana Comunidade Azougue. Ah, também estou apaixonadíssimo pelo disco da Anelis Assumpção, filha do nosso glorioso Itamar Assumpção.

Que artistas antigos você indica para que os leitores do Zarayland saiam a caça?
Recomendo o som do Osmar Milito, Moacyr Santos e o disco Sadao Watanabe Meets Brazilian Friends (1968). Coisa fina!

Com o blog SOM BARATO você sofreu com a perseguição à disponibilização de músicas de graça na rede. O que mais doeu quando foi obrigado a tirá-lo do ar?
Eu não sou dono do Som Barato. Algumas pessoas pensam isso, não sei por quê. Fui apenas um assíduo colaborador do blog, que logo mais, deve voltar ao ar.

Como nasceu o projeto do mixtape NORDESTE INDEPENDENTE?
A idéia é mostrar um pouco da produção musical nordestina ou com elementos da cultura nordestina. Sob um olhar mais contemporâneo, passeando desde o tradicional forró de rabeca até uma versão eletrônica com samplers de Jackson do Pandeiro. Apresentar também ao mundo artistas que o próprio nordeste desconhece.

Terça do Vinil continua bombando na Bodega do Véio em Olinda, mas você não sente falta de um projeto semanal em Recife como era o Vinil e Outras Cozinhas?
Em Olinda o clima de boemia é mais forte. Os boêmios são de fato praticantes. Acho que é por isso que ha mais de 3 anos a Terça do Vinil é um sucesso. Tenho saudades, sim, de fazer o projeto em Recife, mas é difícil arrumar uma casa que abrace a idéia de verdade, como a “Bodega” abraçou. O empresário quer que o projeto seja um sucesso desde a primeira noite. Não pensam que o projeto é uma construção! Deve ser por isso que a noite do Recife vai mal, muito mal.

Você é um camarada que não para! O que vem por aí?
Recentemente lancei virtualmente a coletânea Nordeste Independente, logo mais sairá em disco físico com apoio da Red Bull Music Academy Radio e da CD MIX (Recife). Outra coisa que com que estou muito feliz, é a possibilidade de até 2012, lançar uma coletânea de musica pernambucana compilada por mim, prensada pela GZ Digital, fábrica de LPs da República Tcheca.

Obrigado ao blog Zarayland pelo espaço. Quem quiser ter mais informações sobre o meu trabalho, pode acessar o meu site: http://www.dj440.com.br/ tem de tudo por lá. Mixtapes para download, fotos, vídeos, agenda, além do acesso à redes sociais. Compareçam!

4 comentários:

Vanessa Rodrigues disse...

Ainda bem que aqui em PE não tem apenas praia e tapioca =P
Tem também muita gente criativa e talentosa, amantes da boa música com curiosidade aguçada para o que há de novo por aí.

Adorei as dicas!
DJ 440 é patrimônio cultural de Pernambuco!!

Denise disse...

Coluna aprovada!
E não podia começar melhor depois de falar de Chico mostrar mais de outro cara que tá fazendo história em PE.
Já estou ansiosa pela próxima!

André Luz disse...

Muito boa gente esse Dj 440, por mim, toda terça eu estava aí e ver seus LPs tocando lá de cima!

Bom! Muito bom!

BLOGG DO SYLVIO NETO disse...

Quem Sabe...Podendo Eu Um Dia Ter Com Vc...Ahí...Não Possa Eu...Convencer O 440 a Fazer Pra Mim Um Setzinho de Nada...Pra Eu Animar As festinhas Da Familia? Heimmmm...Jah Q Tú...Caramujo de Pau...De Quem Soul Fã...Naum...O Faz...Caranguejo!!!!!!!
bjs
sn
P>S:Aqui Em Bel(Areia Branca) Foi reativada A Fabrica de Vinil...Parece Que É Negócio Daquele Maluco Que Fazia O Humaitá Pra Peixe...Esquecí Agora Seu Nome...(Porra TÔ Cheio de Vontade de beber...)